Busato defende mais escola e menos cadeia em Conferência Antiviolência

quarta-feira, 03 de setembro de 2008 às 11:19

Brasília, 03/09/2008 - "O que precisamos é de mais escolas e de menos cadeia". A saída para o combate à criminalidade foi defendida pelo ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e membro honorário vitalício da entidade, Roberto Busato, ao abordar hoje (03), durante a conferência Brasil Contra a Violência - Superação da Violência e Promoção da Cultura da Paz, o tema "A Violência Contra os Estrangeiros no Brasil". Segundo Busato, o combate à violência parte da atuação ainda mais efetiva de instituições representativas da sociedade civil, tal como faz a OAB, e de medidas governamentais concretas destinadas à diminuição da violência interna, do crime organizado, à inclusão social e que proporcionem uma expectativa de vida digna e acesso à educação.


Ao abordar o tema no painel, Busato ressaltou que o Brasil é tido como um país violento. No entanto, não se trata de uma violência direcionada ao estrangeiro, mas decorrente da própria conjuntura do país, marcada pela exclusão social, pelo crime organizado e banditismo, pelo tráfico de drogas e problemas relacionados às questões fundiárias. Exemplo citado por Busato de que a realidade brasileira é o que interfere, de fato, nos atos violentos cometidos contra estrangeiros, é o caso da irmã Dorothy Stang, que foi assassinada não por ser de outro país, por ser mulher ou religiosa. "Foi morta porque se envolveu intimamente com os problemas fundiários do Pará, uma mazela muito grave que o governo brasileiro até hoje não conseguiu resolver".


Segundo o ex-presidente nacional da OAB, este é exatamente o ponto em que o Brasil se difere de alguns países de primeiro mundo: não possui violência estatal institucionalizada contra o estrangeiro, como ocorre nos Estados Unidos. "Em sua insana luta contra o terrorismo, os EUA praticam atos de violência ao estrangeiro. A união européia, ao adotar novas diretrizes com relação à imigração ilegal, também tem cometido atos dessa natureza".