Britto: "crime e advocacia são incompatíveis"

Brasília, 08/08/2008 - Íntegra do depoimento do presidente nacional da OAB, Cezar Britto, publicado na edição de hoje do Correio Braziliense sobre a sanção da lei que garante a inviolabilidade dos escritórios de advocacia:

"Eu acho que os vetos mantêm a lógica que a OAB sempre defendeu e a razão de ser do próprio projeto. Ele faz a separação do joio do trigo, reconhece o direito de defesa do cidadão e, ao mesmo tempo, impede que seja concedido um habeas corpus preventivo para aquele que comete um crime se escudando na carteira de advogado. Não foi uma derrota. Pelo contrário, os vetos mantêm a posição sempre defendida pela OAB: os escritórios são invioláveis no que se refere ao relacionamento do advogado com o cliente, salvo quando o advogado é acusado da prática de um crime - momento esse em que deixa ele, como é óbvio, de praticar um ato típico de advocacia. Crime e advocacia são palavras incompatíveis. Eu, como cidadão, me sinto vitorioso com o projeto aprovado. A cidadania lucrou com essa solução. Foi reconhecido o meu direito de me defender, garantido pela inviolabilidade do advogado que por ventura contratar".