Ophir: descaso do governo com saúde no Pará explica mortes de bebês

segunda-feira, 30 de junho de 2008 às 10:04

Belém (PA), 30/06/2008 - "É necessário que o governo doPará assuma a sua responsabilidade por essas mortes, peça desculpas à sociedade e às famílias e, em relação à saúde pública no Estado,tome as rédeas da situação dando uma resposta eficaz à sociedade". A afirmação foi feita hoje (30) pelo diretor do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante Junior, ex-presidente da Seccional da OAB do Pará, ao atribuir ao governo do Estado a responsabilidade pelas mortes de 21 bebês na Santa Casa de Belém. Segundo ele, a má gestão e o descaso com a saúde pública no Pará estão na raiz das mortes dos bebês.


Para o ex-presidente da Seccional da OAB paraense, a morte dos bebês na Santa Casa em Belém é apenas a ponta de um iceberg que é o caos na saúde pública paraense."Se se continuar a investigar se vai verificar que a Santa Casa, que é a terceira criada no país, não tem gestão, e que os atuais gestores da entidade, escolhidos por critérios políticos, não têm compromisso com a missão institucional da Santa Casa, o que é reafirmado pela Secretária de Saúde do Estado ao dizer que essas mortes são estatisticamente normais, como se a vida humana fosse um número", criticou.


Ophir Cavalcante Junior denunciou que, além do caso das mortes dos bebês, também as mulheres têm sido vítimas fatais da má gestão da saúde do governo do Pará, a quem acusa de descompromisso com uma política séria nessa área. "Há um descalabro para com as mulheres mães que, também, estão morrendo em grande número na Santa Casa e, muitas delas grávidas eportadoras de câncer, estão sendo obrigadas pela atual gestãoa fazer tratamento fora dali", sustentou.


O diretor do Conselho Federal da OAB afirmou ainda que o governo do Estado do Pará "está em débito com a sociedade, pois falta capacitação funcional; faltam condições de trabalho; faltacompromisso comas pessoas pobres que vêm do interior do Estado para ser atendidas na Santa Casae em outros hospitais de em Belém, como os hospitais Regionais, que também não funcionam".