Artigo: Um bom momento para Alagoas

segunda-feira, 12 de maio de 2008 às 11:02

Maceió (AL), 12/05/2008 - O artigo "Um bom momento para Alagoas" é de autoria do presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Alagoas, Omar Coêlho de Mello:


"O noticiário tem informado do impasse criado na Assembléia Legislativa Estadual desde a renúncia do deputado Sextafeira. A Casa Tavares Bastos, infelizmente, não tem honrado a sublime tarefa de representar o povo alagoano, há décadas. E, ao que parece, não será nesta legislatura que nós alagoanos nos sentiremos representados.


O caminhar das investigações demonstra que os deputados, em quase sua totalidade, utilizaram-se dos empréstimos bancários, sem perceber que havia algo estranho em tudo isto. Como é que retiro um empréstimo e não pago? Por mais lícito que seja o contrato e admitindo-se que o deputado não tinha a obrigação de saber que um Poder não poderia avalizar qualquer empréstimo, como aceitar a possibilidade de não pagar ou pagar com sua verba de gabinete, que é uma excrescência, mas existe e não tem essa destinação?


Somente poderemos defender os deputados/indiciados após estes comprovarem, indiscutivelmente, que pagaram seus empréstimos com recursos próprios: de seus subsídios ou de suas receitas particulares, já que alguns possuem vida própria fora da política. Mas, de qualquer forma, fica a indagação: Será que tiveram a consciência de que pagar com o dinheiro alheio seria ilegal? Somente o tempo dirá, ou melhor, o inquérito!

O fato é que todos parecem, à exceção dos deputados Judson Cabral e Rui Palmeira, coniventes, no mínimo, com este estado de coisas. E o pior é que eles, os remanescentes, ainda desejam o restabelecimento das antigas lideranças, a quem são subservientes.


E por falar em liderança, é algo mais do que ter o poder na mão e intimidar pela força ou pelo temor. O líder é aquele que tem o poder de levar as pessoas a lugares que jamais iriam sozinhas e isso pode ser bom ou ruim, conforme afirma Washington Souza.


No momento, há a necessidade do surgimento de um líder que saiba conduz a Assembléia Legislativa ao novo momento vivido em Alagoas, que não retrocederá. Mas não será fácil.

O governo do Estado, por sua vez, tem a obrigação de fechar a torneira da corrupção. Tem que reduzir o repasse do duodécimo ao valor de R$ 5 milhões mês, no máximo. Comprar a briga, uma vez que o povo está do seu lado. E nada melhor do que estar ao lado do povo, principalmente, quando bem intencionado. E creio nisto piamente.


Estamos diante de um novo tempo e não podemos esmorecer. Não temos este direito, uma vez que fomos os únicos responsáveis por tudo que acontece em nossa Alagoas. Sei que estou ficando chato, com esse discurso repetitivo, mas não gostaria de ver as coisas retrocederem e o mal prevalecer. O momento é único e exclusivo. Sem misticismo, mas os astros estão alinhados e emanando bons fluidos. Aproveitemos, então!"