OAB-MA entra com representação contra policiais militares

quinta-feira, 08 de maio de 2008 às 03:04

São Luis (MA), 08/05/2008 - A Seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Maranhão e o Conselho Estadual de Direitos Humanos ingressaram com representação criminal no Ministério Público Estadual contra integrantes do Serviço Velado da Policia Militar do Maranhão, acusados de terem torturado o comerciário Antonio Rodrigues Gau Junior.

Na representação, a OAB-MA e o Conselho de Direitos Humanos pedem a instauração dos procedimentos cabíveis para apurar a ocorrência de tortura, a identificação dos policiais envolvidos e a propositura de denúncia-crime visando a punir os autores das condutas delituosas. A sessão de tortura contra o comerciário de 22 anos teria sido praticada por oito policiais no dia 6 de dezembro de 2007, por volta das 18h30, no município de Paço do Lumiar.


Segundo narração de Antonio Gau Junior, os policiais estavam à paisana e armados de pistolas, revólveres e uma arma de cano longo, que foram apontadas para ele em plena via pública. A vítima foi algemada e levada na carroceria de uma camionete para um local ermo, tendo um saco de plástico sido colocado em sua cabeça. O comerciário foi agredido com chutes, socos, pontapés e coronhadas e ouviu quando um dos policiais falou ao telefone celular: "o pacote já foi pego". O policial fazia uso de bebida alcoólica. Aproveitando-se disso, a vítima conseguiu se soltar das algemas e apoderar-se da arma do policial, fugindo para um matagal próximo ao local.


Os policiais efetuaram disparos contra Gau Junior, gritando "pega ladrão", e com a ajuda de populares, conseguiram localiza-lo no matagal. Ao ser preso novamente, Gau Junior quase foi linchado e agredido com pedaços de pau. Segundo suas denúncias, os policias tentaram introduzir um cabo de vassoura em seu ânus e ele foi obrigado a sentar em brasas ardentes. Além disso, a vítima apresenta cortes na cabeça, coxa direita e uma fratura exposta no antebraço. Antonio Rodrigues foi salvo graças à intervenção de um capitão, que determinou que houvesse a interrupção das torturas logo que chegou ao local.