Britto: "só não pode terminar em pizza nem em tapioca"
Curitiba, 10/04/2008 - “Só não pode terminar em pizza nem em tapioca.” A afirmação é do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, ao falar sobre a investigação do vazamento do dossiê com gastos em cartões corporativos durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Além da investigação sobre o vazamento, Britto defende a apuração sobre o real objetivo da formulação do dossiê. O presidente da OAB esteve em Curitiba onde participou de um evento jurídico. “É fundamental investigar. Quanto mais se investigar, melhor para o Brasil”.
Britto comenta que a elaboração de dados internos, por si só, não é crime. Mas o seu vazamento é. “Também é crime usar dados secretos para criar escândalos. A investigação precisa responder qual foi a intenção daquele que fez o dossiê, se foi para arquivo ou se elaborou com a intenção de vazar”, opina Britto. O presidente nacional da OAB espera um resultado efetivo das investigações, tanto por parte da Polícia Federal quanto nas duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) criadas para abordar o assunto.
De acordo com ele, as CPIs têm que recomendar a punição e propor medidas legislativas e administrativas para impedir que a prática continue. “Os cartões corporativos nasceram corretamente para suprir a máquina. Mas se desvirtuou quando o eventual passou ser o corriqueiro. Os cartões se espalharam como uma epidemia grave. Estados e municípios usam, inclusive sem qualquer transparência”, avalia Britto. (O Estado do Paraná)