Britto: Anuário da Justiça é aproximação desse poder ao povo

quarta-feira, 02 de abril de 2008 às 07:35

Brasília, 02/04/2008 – O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, participou há pouco do lançamento do Anuário da Justiça 2008, no mezanino do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Considerado uma ferramenta indispensável para os operadores do Direito, o Anuário é preparado pela equipe do site Consultor Jurídico, com apoio da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Ao cumprimentar o dirigente do Consultor Jurídico, jornalista Márcio Chaer, pela iniciativa, Britto destacou que o Anuário aproxima o Judiciário do povo. "E mais importante: a publicação foi feita por uma instituição privada, uma iniciativa própria da cidadania, que ousa, e ousou bem, quebrar essa barreira, a barreira que separa a magistratura do cidadão”, frisou Britto.

Eis a íntegra da fala de improviso do presidente nacional da OAB, Cezar Britto, durante o lançamento do Anuário da Justiça 2008:

“Quando o jornalista Márcio Chaer, do Consutor Jurídico, me convidou para expor aqui algumas palavras em nome dos advogados, já disse o que eu deveria falar: conforme ele, eu deveria dizer da importância desse Anuário para os advogados e ainda que, através dele, os advogados poderiam e podem conhecer o perfil do Poder Judiciário; através dele, os advogados poderiam saber como pensam o Judiciário e seus representantes e, assim, poderiam ter uma atuação muito mais próxima. Mas a dica do Chaer não será seguida, porque entendo que o Anuário tem um papel ainda mais importante para os advogados e a sociedade. Pois se nós compreendemos, como devemos compreender, que o Poder Judiciário tem como função principal levar Justiça ao povo e fazer com que a desigualdade reinante neste País seja uma peça do passado da nossa História; se essa função do Poder Judiciário levar Justiça ao povo, é o povo a razão de ser e destinatário maior deste Anuário – e não os advogados como representantes do povo, na idéia de transformar em petição a sua súplica de Justiça. É o povo que precisa cada vez mais conhecer o Poder Judiciário, dele tratar como igual, compreender que o magistrado não é um Deus, um senhor absoluto, mas um ser humano – um ser humano como ele, que joga bola, que brinca, que lê poesia, que compõe música; perceber que o Judiciário e os homens que compõem o Judiciário têm as mesmas dores e as mesmas alegrias – e aí confiar no ser igual que está ali julgando. Essa é a razão maior e a virtude deste Anuário. E uma outra razão maior, ou tão importante quanto, é perceber que essa aproximação do povo com o Judiciário, e do Judiciário com o povo, está sendo feita por uma instituição privada, uma iniciativa da própria da cidadania que ousa, e ousou bem, quebrar essa barreira – a barreira que separa a magistratura do cidadão. Por isso, o Consultar Jurídico e a Faap estão de parabéns; cumprem os dois a sua função de tornar a Justiça cada vez mais próxima. Nós temos a certeza de que, no próximo anuário, o Anuário 2009, o sucesso do atual será repetido. Não apenas pela presença da grande quantidade de magistrado e autoridades da República. Não só por isso, mas porque no próximo Anuário teremos mais dois advogados a compor a lista de magistrados do STJ: o da lista que enviamos e o da lista que vamos enviar brevemente. E aí mostraremos mais uma vez o quanto a advocacia gosta e quer contribuir com a magistratura, pois ela gosta e quer contribuir cada vez mais com a História do Poder Judiciário. Para a advocacia, não podia haver uma Casa melhor para agasalhar esse evento: a Casa que será daqui a pouco presidida por um representante do Quinto Constitucional e também terá como vice-presidente outro representante do Quinto. Os advogados estão muito felizes: com o STJ, com a escolha do lugar para lançar o Anuário e com mais esses importantes instrumentos que a publicação nos traz".