Dia da Mulher: data recomenda mais reflexão do que celebração

sábado, 08 de março de 2008 às 08:10

Brasília, 08/03/2008 – “Uma sociedade que discrimina a mulher conspira contra si mesma e se faz refém do atraso e da violência. O Brasil já avançou nessa questão. Mas precisa avançar bem mais”. A afirmação foi feita pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, ao divulgar mensagem pela passagem do Dia Internacional da Mulher, celebrado hoje (08).

Ainda segundo Britto, o Dia Internacional da Mulher é uma data que recomenda mais reflexão do que celebração no Brasil. “Embora haja indiscutíveis avanços, a condição feminina, na maior parte do planeta, ainda padece de preconceitos e restrições, submetida a atos de violência incompatíveis com os mais elementares princípios humanistas”.

A seguir a integra da mensagem divulgada hoje pelo presidente nacional da OAB, Cezar Britto:

“O Dia Internacional da Mulher é data que recomenda mais reflexão que celebração. Embora haja indiscutíveis avanços, a condição feminina, na maior parte do planeta, ainda padece de preconceitos e restrições, submetida a atos de violência incompatíveis com os mais elementares princípios humanistas.

Em nosso país mesmo, são constantes as denúncias de agressão – física e moral - contra a mulher, sobretudo a mulher pobre, que sofre preconceito em dose dupla, em face do gênero e da exclusão social. É obrigada a jornada dupla de trabalho – no emprego e no lar –, sem o benefício da isonomia salarial.

As estatísticas atestam que a mão-de-obra feminina é ainda sub-remunerada em nosso país, não obstante estar qualitativamente equiparada ao homem, nos diversos níveis do mercado de trabalho.

Nesse sentido, o 8 de março é data emblemática, já que evoca uma tragédia trabalhista, ocorrida em 1857, em Nova York: a revolta das 129 tecelãs, que, em represália à justa reivindicação por equiparação de direitos com os operários, foram cercadas e mortas na própria fábrica, incendiadas a mando dos patrões.
A data de hoje, pois, deve induzir a esta reflexão: uma sociedade que discrimina a mulher conspira contra si mesma e se faz refém do atraso e da violência. O Brasil já avançou nessa questão. Mas precisa avançar bem mais.”