OAB-ES quer saber por que policial agressor ainda está a serviço

segunda-feira, 26 de novembro de 2007 às 12:51

Vitória (ES), 26/11/2007 – O presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Espírito Santo, Homero Junger Mafra, afirmou hoje (26) durante o ato de sepultamento do advogado Geraldo Gomes de Paula, 63 anos, morto após ser agredido pelo tenente Rafael Bonicen da Silva, da Polícia Militar do Estado, que não há qualquer explicação até o momento para o fato desse policial permanecer no trabalho ativo mesmo depois de ter agredido recentemente um promotor de Justiça – caso em que responde a processo na Auditoria Militar. “A OAB estranha profundamente esse fato e quer apuração rigorosa sobre a morte do advogado; não descansaremos enquanto isso não for tudo bem esclarecido e os culpados, punidos”, sustentou.

Segundo Homero Mafra, a entidade estuda ingressar nos próximos dias com ação de reparação de danos contra o Estado, que é o responsável pelo agente policial. Durante o cortejo que partiu da sede da Seccional para o cemitério Santo Antônio, em que os colegas protestaram contra a morte de Geraldo, Mafra disse que a entidade “manterá vigilância permanente em relação à rigorosa apuração dos fatos que causaram a morte de Geraldo Gomes de Paula”.

O dirigente da Comissão de Defesa das Prerrogativas da OAB-ES disse que a entidade quer saber o porquê o tenente Rafael Bonicen, apontado como possível culpado pelas lesões que provocaram a morte do advogado, ainda estava nas ruas depois de ter agredido inclusive um promotor de Justiça. Segundo ele, há informações de que o tenente responde a oito ou nove inquéritos na Auditoria Militar, a maioria por agressões. As agressões ao advogado Geraldo Silva de Paula ocorreram na quinta-feira no Departamento de Polícia Judiciária, em Vitória.

“Nós não descansaremos enquanto as coisas não forem apuradas, como devem ser apuradas, com isenção e com firmeza; a Ordem está tranqüila mas vai manter uma vigilância permanente em relação à apuração dos fatos”, afirmou Homero Mafra, que é também membro da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia do Conselho Federal da OAB. Segundo ele, antes de ingressar com qualquer ação judicial, preocupação mais imediata da OAB é dar toda a assistência aos familiares do advogado morto.