OAB: atentado a repórter mostra expansão da Baixada Brasiliense
Brasília, 20/09/2007 - O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, afirmou hoje (20) em nota da entidade que a sociedade brasileira foi a "vítima maior" da violência que atingiu o repórter do Correio Braziliense Amaury Ribeiro Jr. - baleado na Cidade Ocidental, no Entorno de Brasília -, autor de reportagens que denunciam o narcotráfico na região. Para ele, o episódio embute uma realidade chocante: a velocidade com que se instalou em torno da capital da Republica um cinturão de pobreza e violência. "A Baixada Brasiliense” assusta pela velocidade com que se expande, diante do olhar impotente das autoridades", lamentou Britto, ao cobrar a rigorosa apuração e punição dos bandidos que atentaram contra o jornalista.
A seguir, a íntegra da nota emitida pelo presidente nacional da OAB contra o atentado ao repórter do Correio Braziliense:
“A bala que atingiu o repórter Amaury Ribeiro Jr., do Correio Braziliense, foi na verdade disparada contra a sociedade brasileira. Quando a imprensa é o alvo da violência, em quaisquer das formas em que se apresente – violência política ou das quadrilhas do crime organizado -, não há dúvida de que é a sociedade a vítima maior.
É a ela que se quer intimidar, quando se busca silenciar a imprensa. O jornalista Amaury Ribeiro Jr., pondo em risco a própria vida, presta serviço público de valor inestimável, denunciando à sociedade e às autoridades federais, em sucessivas reportagens, a violência que tiraniza a periferia da capital do país.
O episódio remete à recente tragédia de outro jornalista investigativo, o repórter carioca Tim Lopes, da Tv Globo, igualmente vitimado pela truculência de bandidos vinculados ao narcotráfico.
Tim foi imolado nas mãos dos bandidos do Rio de Janeiro. Amaury sobreviveu e torna-se assim símbolo da resistência do povo do Entorno de Brasília, que, não obstante a proximidade física das mais altas autoridades da República, nem por isso beneficia-se de um quesito elementar da cidadania, que é a segurança.
O episódio embute uma realidade chocante: a impressionante velocidade com que se instalou em torno da capital da República um cinturão de pobreza e violência. A “Baixada Brasiliense” assusta pela velocidade com que se expande, diante do olhar impotente das autoridades.”