OAB: “Acendeu a luz vermelha da crise energética no Brasil”

terça-feira, 26 de junho de 2007 às 11:47

Brasília, 26/06/2007 – “Acendeu a luz vermelha da crise energética no Brasil. Vemos, agora, que o empresariado estava certo quando defendia investimentos maciços em alternativas para a geração de energia”. A afirmação foi do presidente em exercício do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Vladimir Rossi Lourenço, ao comentar, hoje (26), o anúncio da retomada da construção da usina nuclear Angra 3, com 1.350 megawatts de potência. “O lamentável disso tudo é que, desde o apagão de energia, em 2001, só agora o governo se dá conta de que era preciso ter começado a investir a muito tempo atrás”, afirmou Rossi. “Parece que estamos sempre colocando o trinco na porta depois que ela é arrombada”.

A retomada das obras de Angra 3, após 21 anos suspensa, foi aprovada nessa segunda-feira pelo Conselho Nacional de Política Energética, que estima investimentos de R$ 7,2 bilhões em novos recursos para o empreendimento. Vladimir Rossi teme que a opção escolhida pelo governo não seja a mais correta, uma vez que os efeitos colaterais da energia atômica são danosos e os riscos de armazenamento, muito grandes, a exemplo do que se viu na Rússia, Alemanha e países da Europa que utilizam esse tipo de energia.

O presidente em exercício da OAB ressalta que, desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, se deveria ter investido maciçamente na geração de energia e na busca de modalidades alternativas para tal geração. Outro aspecto importante ressaltado por Vladimir Rossi é o altíssimo investimento que terá que ser empregado para a entrada em funcionamento da usina, prevista para o ano de 2013. “Isso sem falar que é preciso verificar se os equipamentos comprados no passado e que estão lá, parados há mais de 21 anos, podem ser reutilizados, se não foram danificados e se não estão ultrapassados”, finalizou.