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Câmara quer discutir com OAB redução da idade penal

domingo, 4 de março de 2007 às 07h25

Brasília, 04/03/2007 - Contrariando os desejos do governo federal e de entidades de defesa dos direitos humanos, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara vai dar o pontapé inicial na discussão sobre redução da maioridade penal. O deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) estudará a constitucionalidade da mudança na lei. Para tanto, na quarta-feira, ele vai propor convidar dois juristas e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que analisem o assunto em audiências públicas. "Não podemos postergar nem um minuto", resumiu.

"Ao contrário do que muitos dizem, temos de agir, sim, diante do clamor das emoções e do apelo popular. Esse também é um dos nossos papéis. O pior é imaginar que depois de uma barbárie, como foi o assassinato do menino João Hélio, de 6 anos, os criminoso tentam levar a vida normalmente", reagiu Marcelo Itagiba, que reunirá todas propostas relativas ao tema.

Determinado a encontrar uma solução para o impasse, Itagiba passou o último fim de semana debruçado sobre o Código Penal brasileiro desde o século 18. De acordo com seus estudos, na época de D. Pedro II, a partir dos 9 anos, os menores já eram julgados como se fossem adultos. As alterações vieram no século 20.

"A discussão na CCJ é se esse aspecto do Código Penal é ou não cláusula pétrea (ou seja, se pode ou não ser alterada). Só depois de resolvida essa dúvida é que se irá discutir sobre qual seria a idade para a imputabilidade de crime", afirmou Itagiba, que sinaliza ser favorável à redução da maioridade.

Pai de três filhos, de 21, 20 e 14 anos, o ex-secretário de Segurança afirmou que trata o caçula como um jovem adulto. "Será que o jovem dos nossos tempos é o mesmo dos anos 40? Eu considero que um jovem de 14 anos tem consciência do que é certo e do que é errado", disse o deputado federal.

Na quarta-feira, Itagiba vai propor na comissão a aprovação dos nomes dos juristas René Ariel Dotti, contrário à redução da maioridade penal, e Miguel Reale Júnior, favorável à mudança na lei, além do presidente da OAB nacional, Cezar Britto, para que tratem dos aspectos jurídicos da proposta de alteração da Constituição.

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, confirmou que nesta semana algumas medidas já aprovadas pelo Senado serão postas em votação na Casa. O Senado ainda analisará seis propostas relacionadas à segurança pública. Entre elas, alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente, reformas dos códigos penal e processual e penas alternativas. (Renata Giraldi do Jornal O Dia, do Rio de Janeiro)

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