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Presidente da OAB pede ‘respeito à divergência’ ao lembrar holocausto

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016 às 21h27

Brasília – Nesta quarta-feira (27), a OAB Nacional sediou o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. O evento integra desde 2005 o calendário mundial em data proposta pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

O presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, compôs a mesa dos trabalhos ao lado dos ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e das Cidades, Gilberto Kassab; dos presidentes da Confederação Israelita do Brasil, Fernando Kasinski Lottenberg, e da Associação Cultural Israelita de Brasília, Hermano Wrobel; do senador José Serra (PSDB-SP); do presidente da OAB-DF, Juliano Costa Couto; e de deputados federais.

Em seu pronunciamento, Marcus Vinicius disse que a pluralidade e a liberdade devem ser os valores maiores a orientar a comunidade global. “É preciso que a memória que hoje se registra seja efetivada em ações concretas. É necessário avançar no marco legal. A OAB, por seu compromisso com a Carta Magna, nos leva a pregar sempre a convivência pacífica das controvérsias”, conclamou.

“Queremos uma sociedade onde os horrores do holocausto não se repitam”, continuou. “Diversas crenças, diversos grupos são perseguidos ainda hoje pelo fato de serem diferentes. Cada discriminação fere a luta pela igualdade. Percebemos que pessoas são julgadas por um autoritarismo e um extremismo que andam sempre juntos. O Brasil segue o caminho do respeito e do amor pela divergência, somos a pátria da liberdade. Esse momento histórico afirma o apoio do Brasil à comunidade judaica”, apontou.

Hermano Wrobel destacou que o evento deve servir para a reflexão da página mais nefasta da história da humanidade, como classificou. “O mundo ainda não aprendeu. Precisamos repetir sempre que um holocausto não deve acontecer nunca mais. Não podemos permitir um caminho de volta, devemos clamar em bom som que a diversidade e as diferenças existem para ser respeitadas. Ódio e intolerância matam, ferem, dizimam. Paz para os povos, paz em Jerusalém”, disse, bastante emocionado.

Fernando Lottenberg – que é advogado – afirmou que o presidente Marcus Vinicius representa resistência e democracia no Brasil. Ele também falou sobre os recentes atentados terroristas em Paris, na França. “Basta acompanhar o noticiário para ver como a intolerância cresce no mundo, turbinada por uma comunicação poderosíssima que espalha o ódio e instrui como praticá-lo”, lamentou.

Lottenberg lembrou que judeus, décadas depois do holocausto, têm medo de sair às ruas na Europa. “Poucas autoridades dão a devida importância aos ataques antissemitas diários e cotidianos. O mundo precisa refletir muito sobre o crime inominável que matou 6 milhões de judeus, ciganos, pessoas com deficiência mental, homossexuais, militante políticos”, alertou.

Encerrando os discursos, o ministro Jaques Wagner leu a mensagem enviada pela presidente da República, Dilma Rousseff. O texto classifica o holocausto como uma das passagens mais aterradoras da história mundial, com horrores que jamais devem ser esquecidos para que jamais se repitam. A mensagem dizia ainda que o preconceito não pode jamais ser a norma e a intolerância a prática. Destaca, ainda, a miscigenação do povo brasileiro, sua acolhida a todos os povos e sua tolerância.

SEIS VELAS

Para cada milhão de judeus assassinados pelo nazismo uma vela foi acesa. Sobreviventes do holocausto foram responsáveis por acendê-las. A primeira foi acesa por Lulu Landwehr e Anna Kurchbaum Futer e teve representantes de grupos perseguidos, discriminados e alvos de preconceitos; a segunda foi acesa por Miriam Necrycz e George Legmann e representou embaixadores de nações no Brasil, dentre elas Israel; a terceira foi acesa por Raymond Frajmund e Nahum Reiman, junto a autoridades políticas.

A quarta vela simbolizou as lideranças religiosas e foi acesa por Jerson Laks; a quinta vela foi acesa por Nanette Konig e marcou a presença de dirigentes de associações e conselhos israelistas no Brasil; e a sexta, acesa por Julio Gartner, simbolizou a relação entre Israel e Brasil, com a presença do ministro Jaques Wagner representando o governo brasileiro e de Fernando Lottenberg, representando Israel.

Além dos 6 milhões de judeus, foram lembrados especialmente Bem Abraham e Aleksander Laks, vítimas do holocausto e falecidos em 2015. Um vídeo de 3 minutos de duração homenageou a valente trajetória dos dois. A cerimônia foi encerrada ao som do hino dos partisans judeus.

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