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Lira Neto faz palestra no encerramento da XXII Conferência

quinta-feira, 23 de outubro de 2014 às 16h39

Rio de Janeiro (RJ) - Na manhã desta quinta-feira, o jornalista e escritor Lira Neto abriu a cerimônia de encerramento da XXII Conferência Nacional dos Advogados com uma palestra sobre o Estado de Direito no Brasil e o período em que Getúlio Vargas esteve no poder. Sua tríade de biografias recentemente lançadas, cujo segundo volume acaba de ganhar o Prêmio Jabuti de Literatura, foi a base de sua fala, acompanhada de perto pelo presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho. “Getúlio entra na faculdade de Direito em 1903. Ele acaba se envolvendo no movimento estudantil e veio a ser o orador da turma”, disse ele acerca do início da vida política e acadêmica do ex-presidente. “Foi promotor público em Porto Alegre, mas volta ao município de São Borja, onde inicia sua carreira política e um escritório de advocacia”, completou.

Vargas, segundo Lira Neto, constrói sua reputação como aquele que venceu a política pela eficiência administrativa. “Era visto como um político moderno”, comentou o jornalista, que destacou também as inovações na propaganda eleitoral com santinhos e broches. Durante a Revolução de 1930, o escritor ressaltou a primeira menção do então candidato à presidência ao sacrifício pessoal da vida para contrapor um fiasco na vida política. “Em seu diário, Getúlio cogita a derrota e menciona a possibilidade do suicídio, o que vai se repetir outras vezes ao longo de sua história”, explicou ele.

O jornalista demonstrou ainda os paradoxos de Getúlio Vargas, que empreendeu a ditadura do Estado Novo, por um lado, mas fez o país avançar com leis trabalhistas modernas, por outro. “Como tudo no presidente, ele é fascinantemente contraditório”, falou o autor das biografias. Durante a crise da Rua Tonelero, inclusive, o ex-presidente nega a sugestão de um assessor para que declare o estado de sítio e feche o Congresso. “Não estamos mais no Estado Novo, mas em uma democracia”, citou Lira Neto uma fala icônica do personagem biografado, que nos dias seguintes veio a suicidar-se.

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