Rio de Janeiro (RJ) - O segundo dia da XXII Conferência Nacional dos Advogados contou com a discussão sobre a gestão de escritórios de advocacia e o empreendedorismo jurídico, temas do Painel 13 do evento. As principais questões abordaram a adesão ao Super Simples – uma grande bandeira da OAB –, os esforços para acabar com o excesso de litígios e as ferramentas pessoais e tecnológicas necessárias para o sucesso dos escritórios de advocacia. A mesa foi presidida por Elton José Assis, com relatoria de José Rossini Campos do Couto Correa e com secretariado de Alexandre César Dantas Socorro, todos membros do Conselho Federal da Ordem.

Erick Limongi Sial, advogado e conselheiro federal da OAB, ao palestrar sobre “A repercussão do Simples na gestão dos escritórios”, foi categórico ao afirmar que a inclusão das sociedades de advogados no Simples Nacional atendeu aos anseios da advocacia, reparando um anacronismo na legislação tributária. “Esta mudança gerou um impacto tributário menor e a desoneração das obrigatoriedades acessórias”, disse Limongi.

Também neste campo, Marcos Joaquim Gonçalves Alves, diretor de relações governamentais do Centro de Estudos dos Advogados Associados (CESA) e membro fundador do Instituto de Pesquisas Tributárias, lembrou que, dos 850 mil advogados do país, apenas 5% são formalizados – a maioria, sob o regime de lucro presumido. “Tivemos avanços, mas ainda há desafios a serem trabalhados no campo jurídico como a luta pela base de cálculo fixa, a sofisticação da plataforma jurídica e a tributação nos regimes de lucro presumido e lucro real”, finalizou Marcos.

O secretário-adjunto da OAB do Maranhão, Ulisses César Martins de Sousa, ao falar sobre litigiosidade, desjudicialização e processo eletrônico, ressaltou que os tribunais precisam auxiliar os advogados no processo de inclusão digital para superar as dificuldades com o processo eletrônico. “Apesar das vantagens e de ser um caminho sem volta, há muitos lugares no país em que a ausência dos recursos tecnológicos excluem os advogados. Os tribunais precisam ouvir os pontos que os advogados estão colocando”, afirmou Ulisses.

Empreendedorismo e tecnologia

O incentivo ao empreendedorismo e o uso da tecnologia foram assuntos trabalhados pelo juiz federal Wiliam Douglas e pela consultora especialista em planejamento estratégico, composição societária e gestão de pessoas Lara Selem. “Temos que escolher aquilo que queremos ser fieis para escolhermos pessoas com energia e integridade. Deste modo, alcançaremos o sucesso pessoal e profissional”, explicou William.

Lara Selem trouxe para o debate a importância de aproximar o escritório dos advogados por meio da tecnologia. “Uma das maneiras possíveis é investir na robótica da telepresença. Isso nada mais é do que adquirir robôs que vão ajudar em julgamentos telepresenciais e vão fazer o nosso trabalho ser onipresente”, apresentou a consultora.