Presidida por Raymundo Faoro, a VII Conferência Nacional dos Advogados realizou-se em Curitiba, de 07 a 12 de maio de 1978. A projeção alcançada pela OAB na defesa da Ordem Jurídica contribuiu para a ampla repercussão nacional que caracterizou a Conferência. O tema geral dos debates foi o estado de direito. 

Um dos motivos principais para a mobilização civil contra a ditadura - incentivado em grande parte pela Ordem dos Advogados, a CNBB e a ABI – foi a longa vigência do AI-5, que contrastava com as promessas governamentais no sentido da abertura política. A "Declaração de Curitiba", aprovada na Conferência, manifestava o repúdio dos advogados pelo estado de exceção ainda vigente no Brasil: 

" Os direitos fundamentais não podem sofrer agravo de grupos ou entidades privadas, e, com maior razão devem ser postos no abrigo de agressões que decorram das autoridades constituídas, cujo dever primeiro será o de amparar o livre desenvolvimento daqueles direitos... No Estado de Direito, a segurança constitui meio de garantir as liberdades públicas. Protege-se o Estado, para que este possa garantir os direitos individuais."

Na Declaração, os advogados brasileiros clamavam pela revogação dos atos institucionais, pela a reinstituição do habeas corpus e pela concessão da anistia ampla, geral e irrestrita, medidas que finalmente poderiam promover a restauração do estado democrático, desejo primordial da Ordem.

" ...A vigência do AI-5 faz reinar no Brasil uma situação de excepcionalidade, a mais longa da história brasileira, tradicionalmente ferida de temporários colapsos de liberdade... 
...Não haverá Estado de Direito nem segurança nacional democraticamente entendidos, sem a plenitude do habeas corpus que assegure a primeira das liberdades e base de todas as outras – a liberdade física - em regime que consagre a inviolabilidade e a independência dos juízes...
...A anistia, embora não leve, por si só, ao Estado de Direito, será passo necessário ao seu aperfeiçoamento... "

No decorrer da Conferência, o presidente da Ordem, Raymundo Faoro, por intermédio do senador Petrônio Portela e do ministro e representante do presidente da República, Rafael Mayer, recebeu comunicado do general Ernesto Geisel, afirmando que seria decretada a anistia, objeto de tanto empenho da Ordem dos Advogados. 

A VII Conferência teve um importante papel histórico ao assumir a luta pela redemocratização do País, conseguindo obter, parcialmente por meio de suas reivindicações pelo respeito à Justiça e às liberdades individuais, a promulgação da Lei da Anistia.